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Obesidade e problemas articulares: uma associação perigosa

Você sabia que a obesidade e problemas articulares estão profundamente relacionados?

A obesidade é um fator conhecido de risco para o surgimento de diversas doenças, como, por exemplo, a hipertensão arterial e o diabetes mellitus.

No entanto, o aumento de peso em indivíduos obesos acaba sobrecarregando também as articulações, principalmente dos membros inferiores.

A obesidade já atinge 1 a cada 5 brasileiros, segundo dados da pesquisa Vigitel divulgada em 2017 pelo Ministério da Saúde. É considerada uma epidemia mundial pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e causa diversos riscos à saúde.

Um dos principais problemas articulares causados pela obesidade é a osteoartrite (OA), também conhecida como desgaste articular ou artrose.

A obesidade e problemas articulares necessitam de um tratamento orientado por uma equipe de profissionais de saúde especializada. Assim é possível evitar o aparecimento de comorbidades que prejudicam ainda mais a saúde do obeso.

Neste artigo, será possível compreender:

 

Problemas articulares causados pela obesidade;

Prevenção e tratamento da obesidade e problemas articulares;

Cirurgia bariátrica para o tratamento de problemas articulares.

 

A relação entre obesidade e problemas articulares

A obesidade é uma doença crônica multifatorial, ou seja, ela possui mais de uma causa. No entanto, ela possui uma série de fatores de risco em comum, como por exemplo:

 

Sedentarismo;

Consumo de alimentos hipercalóricos;

Problemas hormonais.

 

Ela é diagnosticada em pessoas que possuem o Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 30 kg/m². O IMC é calculado através da divisão do peso (em kg) pelo quadrado da altura (em m). Você pode fazer o seu cálculo na nossa calculadora de IMC.

Uma das consequências da obesidade é o aumento do sobrepeso nos indivíduos que possuem essa doença. Esse excesso de peso gera diversas modificações corporais, como, por exemplo, a sobrecarga nos membros inferiores.

 

Artrose

Essa é uma das principais causas da artrose, um dos mais conhecidos problemas articulares causados pela obesidade. A sobrecarga nos membros inferiores leva à redução da absorção de impacto e maior pressão na cartilagem articular, gerando danos nas articulações.

A artrose se origina por conta da insuficiência da cartilagem. É uma doença que atinge principalmente a população idosa, em especial as mulheres. Isso acontece por conta das alterações hormonais que ocorrem com o avançar da idade.

Ela é uma doença crônica, ou seja, não possui cura. Segundo dados do Ministério da Saúde, a artrose é responsável por quase 8% dos afastamentos do trabalho.

A obesidade e problemas articulares como a artrose afetam, principalmente, as articulações do quadril e do joelho. Com isso, os indivíduos obesos podem enfrentar problemas para se locomover. Além disso, gera dificuldades para a prática de exercícios físicos e atividades do dia a dia.

 

Artrite

Outro problema articular que pode ser agravado com a obesidade é a artrite. Nesse caso, especificamente, a artrite reumatoide. Assim como a obesidade e a artrose, a artrite reumatoide é uma doença crônica.

Ela é uma patologia inflamatória autoimune, na qual o próprio sistema imunológico ataca os tecidos do corpo, incluindo as articulações. Ela causa inchaços dolorosos, que podem levar ao desgaste dos ossos e deformidade nas articulações.

Um estudo da publicação da American College of Rheumatology, a Arthritis Care & Research, relacionou a obesidade com o agravamento da artrite reumatoide. Além de agravar a doença, a obesidade dificulta o seu tratamento.

 

Tratamento combinado de obesidade e problemas articulares

O tratamento da obesidade e problemas articulares começa pela redução do peso. Esse tratamento deve ser orientado por uma equipe ou um profissional da saúde especializado.

O sobrepeso causado pela obesidade e as dificuldades originadas pelos problemas articulares podem levar a pessoa a ter dificuldades de locomoção. Assim, os obesos podem deixar de praticar exercícios e atividades físicas e aumentar ainda mais o peso.

Além de provocar o aumento do peso, a falta de exercícios físicos pode levar à atrofia muscular e rigidez, acelerando o desgaste articular.

 

obesidade e problemas articulares
O sobrepeso causado pela obesidade e as dificuldades originadas pelos problemas articulares podem levar a pessoa a ter dificuldades de locomoção. Assim, os obesos podem deixar de praticar exercícios e atividades físicas e aumentar ainda mais o peso.

 

A redução de peso ajuda a diminuir a dor causada pelos problemas articulares e evitar o deterioramento do quadro geral do paciente.  

No tratamento combinado, o retorno à prática de exercícios físicos é supervisionado por um profissional especializado. Ele será responsável pela elaboração de um programa de atividades adaptado às limitações do paciente.

Exercícios de alto impacto, como por exemplo a corrida, devem ser evitados. O mais recomendado é a prática de exercícios físicos de baixo impacto, como a hidroginástica. A fisioterapia é extremamente recomendável para os pacientes que sofrem com obesidade e problemas articulares.

O tratamento também inclui a reeducação alimentar, orientada por um nutricionista. Pessoas obesas devem evitar a adesão à dietas restritivas da moda, que podem causar danos ao organismo. Além disso, já foi comprovado por um estudo francês que as dietas restritivas só funcionam a curto prazo, causando o temido efeito sanfona.

 

Cirurgia bariátrica e problemas articulares

A cirurgia bariátrica também é uma opção de tratamento, tanto para a obesidade, como para os problemas articulares.

O Conselho Federal de Medicina alterou, em 2016, a lista de comorbidades (doenças associadas à obesidade) que poderiam ser tratadas com a cirurgia bariátrica. A Resolução nº 2.131/15 especifica uma lista com 21 doenças, dentre elas a osteoartrite (artrose).

A cirurgia bariátrica é um procedimento cirúrgico indicado para pessoas que apresentaram falha no tratamento clínico realizado durante, pelo menos, um ano.

Além disso, o paciente que deseja realizar a cirurgia bariátrica deve:

 

ter IMC acima de 40 kg/m² (obesidade grave ou grau III) com ou sem comorbidades ou;

ter IMC entre 35 e 40 kg/m² (obesidade grau II) com comorbidades ou;

ter IMC entre 30 e 35 kg/m² (obesidade grau I) com dificuldades de controle do diabetes.

 

Esse procedimento diminui o excesso de peso, fator de risco para a obesidade e problemas articulares. Possui diversos tipos de procedimentos distintos. Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) o risco de morte é extremamente baixo: 0,2% de óbitos.

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Tratamento da obesidade: conheça cada uma das etapas

O tratamento da obesidade depende de vários fatores. Por exemplo: o grau da doença e a presença ou não de patologias relacionadas (comorbidades).

Deve-se levar em conta que a obesidade é uma doença multifatorial, ou seja, possui várias causas. Então o tratamento busca controlar esses diferentes fatores.

Não é um processo fácil e, em hipótese alguma, o tratamento deve ser iniciado sem a avaliação e orientação de um profissional de saúde especializado.

O tratamento visa garantir mais do que a perda de peso. Concomitantemente é necessário a mudança dos hábitos para que a pessoa retorne à condição de saúde ideal.

Hábitos como o controle de peso frequente e a prática de atividade e exercícios físicos ajudam a prevenir essa doença que afeta 1 a cada 5 brasileiros.

Na maioria das vezes, o diagnóstico é feito levando em conta o IMC – Índice de Massa Corporal. Esse índice é calculado através da divisão do peso pela altura ao quadrado.

Depois do diagnóstico, tem início o tratamento, que pode passar por diversas etapas. Vamos falar um pouco mais sobre cada uma delas.

 

Como é o tratamento da obesidade

Tratamento inicial

O tratamento inicial começa logo após o diagnóstico, sob a orientação de um profissional da saúde especializado ou uma equipe multidisciplinar.

 

Reeducação alimentar

É necessário distinguir a dieta da reeducação alimentar: apesar de ambas terem como objetivo a redução do acúmulo de gordura, a primeira tem um prazo de validade determinado, a segunda visa o processo de (re)aprendizado para se alimentar melhor ao longo de toda a vida.

Geralmente vendidas como “milagrosas”, as dietas da moda podem causar danos ao organismo, além de nem sempre serem realmente eficazes.

O processo de reeducação alimentar é trabalhoso, mas garante melhores resultados.

A relação com a comida é permeada por alguns fatores de risco para muitas pessoas que sofrem com a obesidade. Para aliviar a ansiedade, o estresse ou até mesmo a depressão, muitas pessoas podem se alimentar em excesso ou de maneira errada.

O processo de reeducação alimentar realiza o diagnóstico desses gatilhos e tenta criar uma percepção de como contorná-los.

Consiste no aprendizado de quais alimentos fazem bem para o corpo e quais devem ser evitados. Nada de restrição de nutrientes, privação de comida ou coisas do tipo. A chave é o equilíbrio.

 

Uso de medicamentos

O tratamento da obesidade com o uso de medicamentos só é realizado quando a pessoa atende alguns critérios específicos, como:

a dificuldade de redução de peso, mesmo com a mudança de hábitos;
necessidade de tratamento de comportamentos alimentares;
presença de doenças associadas que dificultam a perda de peso.

Obviamente, o uso de medicamentos deverá sempre ser prescrito por um profissional da saúde especializado.

 

Tratamento cirúrgico

A Cirurgia Bariátrica e Metabólica é indicada quando o paciente apresenta falha ao tratamento clínico após dois anos com acompanhamento profissional.

Em indivíduos com IMC acima de 40 kg/m² (obesidade grave) com ou sem doenças associadas e IMC entre 35 e 40 kg/m² (obesidade grau II) com doenças associadas.

Pacientes com IMC entre 30 e 35 kg/m² (obesidade grau I) que tenham sido diagnosticados com diabetes e apresentaram grande dificuldade de controlá-la também podem realizar a cirurgia bariátrica.

 

ebook o guia completo do imc - tratamento da obesidade (clique para baixar)

 

Existem diferentes técnicas de cirurgia bariátrica indicadas de acordo com a individualidade de cada paciente.

Para concluir: por ser uma doença multifatorial, o tratamento da obesidade é multidisciplinar. A cirurgia é indicada após a falha ao tratamento clínico de acordo com o grau de obesidade e as comorbidades, com indicação precisa e individualizada.