A obesidade e hipertensão arterial são doenças crônicas que estão profundamente ligadas uma à outra. Ambas possuem causas em comum, como o aumento da gordura corporal causados pela má alimentação e sedentarismo, por exemplo.

A hipertensão arterial sistêmica (HAS), também conhecida como pressão alta ou pressão arterial elevada, é uma doença crônica caracterizada pelo aumento da pressão do sangue contra as paredes das artérias.

A hipertensão arterial atinge 1 a cada 4 brasileiros segundo a pesquisa Vigitel divulgada em 2016 pelo Ministério da Saúde. Já a obesidade atinge 1 a cada 5 brasileiros segundo a mesma pesquisa, dessa vez divulgada em 2017.

Assim como a obesidade e diabetes, a hipertensão arterial é uma doença multifatorial com causas em comum. Isso significa que existem diversas causas para essas doenças.

A obesidade e hipertensão arterial são doenças crônicas. Ou seja, são doenças que podem durar anos ou mesmo a vida toda, caso não sejam tratadas.

Nesse artigo, você vai entender:

 

O que é hipertensão arterial;

Tipos de hipertensão;

As causas em comum da obesidade e hipertensão arterial;

Prevenção e tratamento da hipertensão arterial;

A relação entre cirurgia bariátrica e hipertensão arterial.

 

O que é a hipertensão arterial?

A hipertensão arterial ou pressão alta é uma doença crônica causada pelo aumento da pressão arterial.

A pressão arterial, como o nome indica, é a pressão exercida pelo sangue contra a parede das artérias. Ela acontece como consequência do volume de sangue ejetado pelo coração e da resistência vascular.

Os valores de referência de pressão arterial do Joint National Comitee (EUA) estabelecem que a pressão ótima é de 120 x 80 mmHg (12×8 no Brasil). Valores acima de 140 x 90 mmHg (14×9) são considerados como pressão arterial, que pode ser classificada em:

 

Estágio leve – valores a partir de 140 x 90 mmHg (14×9);

Estágio moderado – valores entre 160 x 100 mmHg (16×10) e 179 x 109 mmHg;

Estágio grave – acima de 180 x 110 mmHg (18×11).

 

Para evitar o risco de adquirir pressão alta, o recomendável é aferir a pressão arterial frequentemente através do e um aparelho próprio para issomedidor de pressão. .

Caso não seja controlada, a hipertensão arterial pode causar diversos danos ao organismo, tais como:

 

Insuficiência cardíaca;

Acidente vascular cerebral (AVC);

Infarto;

Insuficiência renal.

 

Causas

A obesidade e hipertensão arterial possuem uma característica em comum: ambas são doenças multifatoriais. Isso significa que existem diversas causas para o aparecimento dessas patologias.

Existem fatores de risco que não podem ser controlados que são fatores de risco para a pressão alta, como a idade, que leva ao aumento da pressão arterial, e  e predisposição genética, influenciada por um histórico familiar de hipertensão arterial.

No entanto, fatores como o sedentarismo e o consumo excessivo de sal e álcool podem ser controlados e evitados para garantir que essa doença não seja adquirida.

 

Relação entre obesidade e hipertensão arterial

A obesidade e a hipertensão arterial são patologias que estão profundamente ligadas. Elas possuem fatores de risco em comum, como o sedentarismo e o consumo de alimentos hipercalóricos (principalmente ricos em sódio, no caso da pressão alta).

Além disso, a própria obesidade é um fator de risco para a hipertensão arterial. Isso acontece porque o excesso de massa corporal é responsável por 20 a 30% dos casos de pressão alta.

Outro fator que aumenta o risco de pressão alta, são as modificações hormonais causadas pela obesidade. O aumento da insulina e a maior retenção de sódio pelos rins podem levar ao aumento da pressão arterial e, consequentemente, à hipertensão arterial.

A obesidade é diagnosticada através do cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC), determinado através da divisão do peso (em kg) dividido pelo quadrado da altura (em m). Valores acima de 30 kg/m² já são considerados obesidade grau I.

No entanto, a obesidade também pode ser melhor avaliada com o auxílio de outras formas de diagnóstico, como as medidas de circunferência da cintura.

Em relação à hipertensão arterial, valores acima de 80 cm para mulheres e 94 cm para homens indicam aumento do risco da hipertensão arterial.

 

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Prevenção

Já que são doenças associadas, a prevenção da obesidade e hipertensão arterial é bem parecida.

É importante que os pacientes hipertensos e obesos tenham uma alimentação saudável e equilibrada, buscando, principalmente, reduzir o consumo de alimentos ricos em sódio.

A prescrição de dietas específicas deve SEMPRE ser realizada por um profissional da saúde especializado.

A adesão à dietas restritivas da moda pode prejudicar a saúde, principalmente quando essas duas doenças estão associadas. Ademais, essas dietas podem levar ao temido efeito sanfona.

Essa perda e ganho de peso desregulados podem deixar o metabolismo mais lento e favorecer o acúmulo de gordura corporal, fator de risco para ambas as doenças.

A prática de atividades e exercícios físicos também é uma forma de prevenção dessas patologias.

No entanto, essa prática deve ser prescrita por um médico especializado e acompanhada por um profissional de Educação Física para evitar riscos à saúde.

O controle frequente do peso e consultas regulares com um profissional da saúde também são recomendadas para prevenir a obesidade e hipertensão arterial.

No caso da hipertensão arterial, a pressão deve ser aferida frequentemente.

 

Tratamento

 

O tratamento da hipertensão arterial busca, primeiramente, reduzir a patologia através da adesão a hábitos de vida mais saudáveis com o acompanhamento de um médico especializado.

Nesse primeiro momento, as formas de prevenção e tratamento são bem parecidas. O paciente hipertenso deve:

 

Controlar o peso, mantendo-o numa faixa adequada às suas características;

Mudar os hábitos alimentares, buscando uma alimentação mais saudável;

Reduzir o consumo de sal, bebidas alcoólicas e cigarros;

Praticar atividades físicas sob a orientação de um profissional de Educação Física;

Evitar o estresse.

Caso a mudança dos hábitos não resulte em redução da pressão arterial nos pacientes com hipertensão arterial em estágio leve (fase I) ou imediatamente após o diagnóstico de pacientes hipertensos nos estágios moderado (fase II) ou grave (fase III), os médicos podem iniciar o tratamento medicamentoso.

Já que essa é uma doença que também é um fator de risco para a hipertensão arterial, o tratamento da obesidade acaba por fazer parte do tratamento da pressão alta.

 

Cirurgia bariátrica e hipertensão arterial

Em pacientes que possuem essas duas doenças associadas, o tratamento cirúrgico pode ser uma opção de controle das comorbidades.

A cirurgia bariátrica pode resultar na remissão de 60% dos casos de pressão alta em pacientes com obesidade, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM).

cirurgia bariátrica ajuda na redução do peso, um dos principais fatores de risco tanto da obesidade e hipertensão arterial. Além disso, ela ajuda no controle de ambas as doenças.

No entanto, esse procedimento cirúrgico segue uma série de critérios específicos de recomendações. Não são todos os pacientes que podem se submeter à cirurgia.

Ela é recomendada para pacientes a partir de 16 anos que possuem o Índice de Massa Corporal, o chamado IMC:

 

acima de 40 kg/m², com ou sem doenças associadas, como diabetes, hipertensão;

entre 35 e 40 kg/m², com doenças associadas;

entre 30-35, com diabetes de difícil controle.


É preciso também que o paciente tenha tentado emagrecer sem sucesso por dois anos, em média, com dieta, exercícios físicos e medicamentos (tratamento clínico).

Nessas próprias recomendações, é possível perceber que a cirurgia bariátrica é uma forma de tratamento eficaz para a obesidade e hipertensão arterial.