A cirurgia bariátrica pode ser um dos tratamentos indicados para a remissão da hipertensão. Pesquisas recentes apontam a eficácia dessa intervenção cirúrgica comparada ao tratamento clínico.
A obesidade e a hipertensão são doenças que muitas vezes andam juntas. Muitos pacientes acabam tendo pressão alta em consequência do excesso de peso. Por isso, é importante entender essa relação.
Nesse texto, você vai entender um pouco mais sobre a relação entre obesidade e hipertensão e como a cirurgia bariátrica pode contribuir no controle dessas patologias. Confira!
Qual a relação entre a Obesidade e a Hipertensão?
A obesidade é uma doença que acaba desencadeando outros problemas de saúde, como diabetes, problemas articulares e a hipertensão. Controlando o excesso de peso, consequentemente muitas dessas doenças também são contidas.
Segundo a última pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), realizada em 2018, 41,6 milhões de brasileiros estão acima do peso.
Isso significa que quase 20% da população é obesa e corre o risco de desenvolver a hipertensão.
Afinal, estudos mostram que pessoas obesas possuem 4 vezes mais chances de serem hipertensas, comparadas aos indivíduos com peso normal.
A Vigitel também constatou que o aumentou o número de pessoas diagnosticadas com hipertensão. Se em 2006 esse número era de 22,5% da população, em 2018, subiu para 24,7%.
A pressão alta é uma doença que não tem cura, e é controlada, na maioria das vezes, por meio de medicamentos, perda de peso e mudança no hábito de vida. A variação média da pressão arterial é 120 por 80.
Como a cirurgia bariátrica pode contribuir no tratamento?
Do total de obesos no brasil, um terço é elegível para realizar a cirurgia bariátrica. Essa cirurgia é indicada para pessoas com IMC acima de 40 kg/m² (obesidade grau III ou obesidade mórbida).
Além disso, pacientes com IMC entre 35 e 40 (obesidade grau II) com doenças associadas, como a hipertensão, podem realizar a cirurgia bariátrica.
Esses pacientes devem ter tentado emagrecer através de tratamento clínico por, pelo menos, 2 anos.
Assim, a cirurgia bariátrica podem ser um grande aliado para aqueles indivíduos que não conseguem emagrecer por meio de tratamentos convencionais, como exercícios, dieta equilibrada e medicamentos.
O que dizem as pesquisas?
Uma pesquisa brasileira apresentada no Congresso da Associação Americana de Cardiologia (AHA 2019), realizada nos EUA, dividiu 100 pacientes em dois grupos que foram monitorados durante três anos.
Um grupo se submeteu à cirurgia bariátrica (Bypass gástrico) e o outro continuou com a tratamento clínico.
A pesquisa mostrou que 72,7% dos pacientes que se submeteram a cirurgia bariátrica reduziram em pelo menos 30% os medicamentos que utilizavam antes da cirurgia.
Além disso, os pacientes operados tiveram a redução da glicose em 14%, do LDL-colesterol em 29%, os triglicerídios em 47% e o IMC em 28%.
No segundo grupo, 12,5% dos indivíduos reduziram o número de medicações. Porém, em média, os pacientes terminaram a pesquisa ingerindo 3 vezes mais medicações anti-hipertensivas.
Para, Marcos Leão Vilas Bôas, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, os resultados dessa pesquisa “ se somam aos grande estudos mundiais que mostram os enormes benefícios da cirurgia bariátrica e metabólica e que transcendem a perda de peso, resultando na remissão do diabetes tipo 2, da hipertensão arterial, entre outros aspectos”.
A cirurgia bariátrica pode ser um tratamento eficaz contra a hipertensão. Mas antes de chegarmos a essa solução é necessário a avaliação médica! Apenas com o aval de um profissional é possível saber qual o melhor tratamento.
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